Bem-vindo(s) ao Blog do Duds.
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sábado, 4 de julho de 2009

Clarice, a borboleta.

Olhando meu próprio reflexo borrado vejo algo inexplicável do outro lado desse espelho sujo, brotam dúvidas e pensamentos difusos na minha cabeça atordoada. Vejo duas caras: uma quase bonita e uma quase feia; depende do ângulo e do momento no qual as olho. Ainda efeitos dessa louca metamorfose de mim em mim mesmo. Ela ainda não faz sentido algum. É apenas uma transição em que eu não sei mais quem sou, o que tenho ou o que sei. Não sei quando vai parar.
E só me ocorre um fato: que sou aquilo que vive atrás desse pensamento. Inútil querer me classificar: eu simplesmente corro, fujo, escapulo. Gêneros e regras não me pegam mais. Sou uma pergunta sem resposta. Sou um esboço inacabado. Sou as cinzas de algo que queimou. Mas não importa, a vida é curta demais para eu ler todo o grosso dicionário a fim de por acaso descobrir a palavra que me defina ou que me salve. Ainda não quero aprender a viver, só vou usar meu instinto de ser vivo e pensante. Ou talvez nem tão pensante assim.
E não quero mais ser a lagarta. Agora vou ser a borboleta. Posso até ser um vaga-lume ou um besouro; não me importo com isso. O importante é largar essa terra podre e velha e voar livremente. Hum, liberdade! Não quero aprender, digo de novo. Vou apenas sair do casulo e saltar de olhos fechados da beira desse muro invisível que me prendia. Talvez eu caia, sim. Mas o que importa são os dois segundos de voo. Porque? Por que o importante pra mim é a sensação de liberdade e não a queda que vem depois. E depois do que vem depois? Não sei, admito. Mas também, pouco me importo com o depois... Vamos apenas abrir as asas novamente e voar mais uma vez, mais uma vez e mais outra vez.
E entender é sempre chato demais. As coisas não precisam fazer sentido sempre, afinal de contas. Não quero ter mais aquela terrível limitação de quem vive apenas à espera do que é possível fazer sentido. Eu não; eu quero é uma coisa qualquer inventada. Uma que possa ser inventada pelos cálculos de um gênio, pelos devaneios de um louco, ou pelos sonhos de uma criança. Uma coisa que eu possa tomar como minha verdade. E que possa mostrar ela para todo mundo... Sem vergonha, agora que não sou mais a tímida lagarta. E é assim, porque, no fundo, a gente está é querendo desabrochar para o mundo, de um modo ou de outro. E apenas viver, pois viver ultrapassa qualquer entendimento humano.
Por isso sou o que pretendo ser ou o contrário do que não quero ser. Vivo da minha verdade inventada por gente normal ou estranha e não procuro mais o sentido ou a palavra. Não procurem entender, pois eu desisti do entendimento da minha existência e até mesmo da tua. Não vou viver acorrentado ao concreto e nem ao entendível, muito menos à terra firme porém podre. Apenas voarei quando quiser, viverei como quiser e serei o que eu quiser.


(Nota: Alguns trechos deste texto foram retirados de obras de Clarice Lispector)

6 comentários:

'~ Marcelle disse...

NOOSSA, textoo mt showw!!
sem palavras *_*

Unknown disse...

Ameeeeeeeeeei!!!!
-pena que eu tenho medo de borboletas... >.<

Faria. disse...

Dudss ;D simplesmente ameei *---* De verdade, seus textos passam uma emoção única =) E sempre que os leio, reflito sobre. E é sempre bom os ler. *--*

Diogo disse...

nuss, adorei!
Seus textos são demais! ;)

YasmynG. disse...

Oláá!
Deixei de comentar por um tempo mas você ainda continua escrevendo impecávelmente. Parabéns. =D

Caio disse...

Clarice é Clarice, né? Incrivel, sempre!